quarta-feira, 13 de maio de 2009

Um presente

Ganhei um presente de uma amiga (mais nova aquisição no rol de amizades).
Além de diplomada em História da Arte pelo Museu do Louvre, Paris, Denise Guinle é escritora. É dela essa poesia que eu trago para dividir com vocês.
Adorei o livro! Selecionei minhas favoritas e vou postá-las aqui, dividindo-as com os amigos queridos.

Escombros
Percebidos
entre sombras,
embolando um cobertor,
não são homens -
são escombros,
de miséria e dor.
Escombros
dessa cultura
insaciável,
covarde,
que monta
tal escultura
com restos
da humanidade.
Vultos tão
imprecisos
de uma cor
escura e vaga.
São dejetos,
ou são gente
que largaram na calçada?
As gentes que se deparam
só desviam o
olhar
dos corpos que,
empilhados,
desistiram de lutar.
São inchados,
são doentes.
Seu condomínio
é a praça.
Mas são gente como a gente
excetuando
a desgraça.
Brigam por
langanhos duros
que, nos gravetos,
aquecem.
Não choram,
gritam perjuros,
ficam bêbados,
e esquecem...
A roupa,
apenas trapos
cobrindo
suas magrezas.
Já não sentem
mais vergonha
bastam-lhe
as tristezas.
E porque
sentir vergonha
da fome que
os acossa?
A penúria
é seu legado
mas a omissão
é nossa.

6 comentários:

Anônimo disse...

que bom!!! porque amigo nunca é demais :) :) :)

bijinho* linda

кιкα disse...

Oi minha querida!

Adorava ler mais... mas o tempo não dá para tudo e qdo chego à cama para ler já estou de rastos e o livro fica a "pesar" muito...

Linda poesia :)

Beijo Light
CC

Loira e Morena disse...

Olaa!!
To passando pra desejar um otimo final de semana!!

Beijaooo da Morena!

Mila disse...

Uma porrada pra acordar numa poesia para amenizar... =)

Besossss!

By Mari Molina disse...

É isso mesmo Ludmila. Ótima sua colocação.
Beijos

Camila C. disse...

Chocante! Concordo com a Ludmila! é um soco na consciência!

Ótimo final de semana Mari! bjão